Cultura de Doação Ambiental no Brasil e as Oportunidades da COP 30
- Elissa Fichtler
- 30 de abr.
- 3 min de leitura
Como a cultura de doação evolui no Brasil e o que a sede da COP 30 representa para fortalecer a captação de recursos para causas ambientais.

Cenário da cultura de doação no Brasil
Em 2022, 36% dos brasileiros acima de 18 anos fizeram doações diretas para ONGs ou projetos socioambientais — totalizando cerca de R$ 12,8 bilhões, equivalente a 0,13% do PIB nacional
Apesar disso, o Brasil ocupa a 86.ª posição no World Giving Index 2024, indicando que há muito espaço para crescimento da solidariedade institucional.
A avaliação do Movimento por uma Cultura de Doação mostra que aspectos como educação para doação, ambiente favorável e fortalecimento institucional ainda estão abaixo de 50% em pontuação.
Esses dados mostram que, embora muitas pessoas doe individualmente informalmente, a doação voltada a projetos socioambientais ainda precisa ser estimulada com narrativas e estrutura institucional.
Oportunidades emergentes com a COP 30 no Brasil
A COP 30 será realizada em novembro de 2025, em Belém do Pará, a primeira realizada na própria Amazônia Legal. O evento será plataforma global para debater justiça climática, bioconservação e financiamento climático, com potencial de promover maior visibilidade e mobilizar apoio ao campo socioambiental brasileiro. É importante destacar que a conferência mobiliza atenção internacional em torno de iniciativas como o Fundo Amazônia e o Fundo Clima, instrumentos que devem ganhar maior destaque e captação nos próximos anos, e no plano político-global, o Brasil propõe o lançamento do fundo “Tropical Forests Forever Facility” (TFFF), com US$ 125 bi previstos a partir da COP 30 até 2030 — um marco para atrair capital climático para conservação e bioeconomia brasileira.
O que essa conjuntura significa para a captação com indivíduos
Narrativas temáticas fortalecidas — campanhas que associam doação a proteção da Amazônia, biomas brasileiros e justiça climática têm maior adesão.
Maior legitimidade da causa ambiental — o contexto da COP 30 ajuda a transformar o apoio a projetos socioambientais em ato de cidadania global.
Ampliação dos mecanismos de financiamento climático — ampliando a oferta de instrumentos acessíveis a doadores institucionais e individuais.
Parcerias com cultura e ciência — a COP 30 atrai interesse de universidades, museus e mídia, criando possibilidades de campanhas de impacto coletivo.
CARD – Barreiras e avanços na doação ambiental
Fonte: IDIS, MCD
Apenas 36% participam de doações para causas socioambientais — apesar de 84% dos brasileiros doar algum tipo de recurso (como bens ou voluntariado) .
Cultura de doação institucional está abaixo de 50% nos pilares fundamentais (educação, narrativa, ambiente favorável) .
A COP 30 na Amazônia pode acelerar esse cenário, atraindo visibilidade, recursos e mobilização cidadã.
Casos de mobilização socioambiental no Brasil
Fundo Amazônia vem captando milhares de recursos para projetos de conservação — em 2024 chegou a arrecadar R$ 882 mi para iniciativas locais, incluindo restauração e monitoramento de florestas.
FUNBIO, que apoia iniciativas biodiversidade e climáticas, articula projetos financiados por corporações e fundos multilaterais (GEF/GCF) desde 1996.
Redes colaborativas ligadas à bioeconomia e restauração, como o Pacto pela Restauração da Mata Atlântica, unem empresas, ONGs e comunidade para gerar impacto territorial de longo prazo.
Caminhos estratégicos para quem trabalha com captação ambiental
Aproveite a agenda da COP 30 para lançar campanhas simbólicas ou digitais, com chamadas ligadas ao evento global.
Eduque o público com conteúdo: webinários, lives e reportagens que contextualizem a Amazônia como patrimônio global e vulnerabilidade local.
Crie programas recorrentes com transparência radial, vinculando doações a ações concretas, como reflorestamento, preservação e tecnologia verde.
Mapeie potenciais apoiadores: doadores urbanos conscientes, Geração Z engajada em causas e apoiadores internacionais que acompanham agendas climáticas.
Use credenciais visíveis: mencione alinhamento com a COP 30, com o Fundo Amazônia, FUNBIO ou Pacto Mata Atlântica em seus materiais de convocação.
Como podemos contribuir para a sua organização:
Estruturar campanhas de captação com base na COP 30 e causas climáticas
Comunicar causas ambientais com propósito e clareza, atraindo doadores individuais
Produzir narrativas visuais e digitais alinhadas à agenda internacional e autonomia territorial
Planejar campanhas recorrentes com prestação de contas e impacto mensurável
Conclusão
O Brasil tem hoje uma cultura de doação em desenvolvimento — e a COP 30, ao ser sediada na Amazônia, inaugura uma janela de oportunidade única.Projetos socioambientais podem se posicionar com narrativa, legitimidade e propósito para fortalecer a captação individual. A conferência não é apenas um evento global — é um chamado para transformar atenção em ação coletiva sustentável.
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