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Mulheres Indígenas, Território e Futuro: Captação de recursos com indivíduos para causas que defendem a vida

  • Foto do escritor: Elissa Fichtler
    Elissa Fichtler
  • 8 de mar.
  • 3 min de leitura

Apoiar a luta de mulheres indígenas pela terra, pela educação e pelo clima é também um chamado para construir novas formas de doar com consciência e respeito.


Introdução

Março é o mês em que celebramos a força das mulheres. Mas para as mulheres indígenas, a luta por respeito, autonomia e vida digna é todos os dias. Elas estão nas florestas, nas aldeias, nos parlamentos, nas universidades e nas ruas — resistindo e reexistindo.


Ao mesmo tempo, enfrentam ameaças constantes: violência, racismo, desmatamento, mineração ilegal e negação de direitos básicos.


A captação de recursos com indivíduos pode — e deve — ser uma ferramenta de solidariedade ativa, que reconhece e fortalece essas mulheres sem romantizar sua dor ou instrumentalizar suas lutas.


Iracema Rã-Nga Nascimento (RS) xamã Kaingang atua na formação continuada de professores indígenas no Rio Grande do Sul, no projeto de extensão “Saberes Indígenas na Escola – UFRGS”/Foto: Ramos Moser
Iracema Rã-Nga Nascimento (RS) xamã Kaingang atua na formação continuada de professores indígenas no Rio Grande do Sul, no projeto de extensão “Saberes Indígenas na Escola – UFRGS”/Foto: Ramos Moser

Por que precisamos falar de captação com foco em mulheres indígenas?


Porque, historicamente:

  • As causas indígenas recebem pouca atenção em campanhas de doação individuais

  • A causa ambiental ainda é tratada como “global”, sem conexão com os povos que a vivem cotidianamente

  • Mulheres indígenas muitas vezes são retratadas como símbolo, e não como liderança

  • E porque há um número crescente de pessoas dispostas a doar — mas que não sabem como, nem para quem


Estratégias de captação com indivíduos para essas causas


1. Campanhas de recorrência com rosto, voz e território

Doadores se engajam mais quando sabem para onde vai seu apoio. Mostrar lideranças indígenas falando em primeira pessoa, contextualizar o território e a urgência local é essencial.


2. Alianças entre organizações indígenas e coletivos urbanos

ONGs de base podem construir campanhas em parceria com coletivos e redes já articuladas em contextos urbanos — que têm mais alcance e estrutura de captação.


3. Doações simbólicas com contrapartidas afetivas

Cartas, sementes nativas, acesso a conteúdos exclusivos, participação em encontros online com lideranças — são formas de engajar sem transformar a causa em “produto”.


4. Campanhas de sensibilização antes da doação

Muitas pessoas não doam porque não entendem a causa. Invista em conteúdo: vídeos curtos, falas diretas, ilustrações e narrativas reais ajudam a formar base doadora.


5. Plataformas e redes seguras

Escolher plataformas de doação que respeitem a autonomia das lideranças e evitem a exposição excessiva é fundamental.


Dados que importam

Fontes: APIB, Instituto Socioambiental (ISA), Datafolha, ABCR


60% das lideranças indígenas reconhecidas em suas comunidades são mulheres
Apenas 3% dos recursos doados por indivíduos no Brasil em 2023 foram para causas ambientais ou indígenas
Mulheres indígenas denunciam que muitas campanhas usam suas imagens sem devolutiva, repasse ou consentimento
77% das doações individuais no Brasil ainda são feitas sem conhecimento claro da organização ou causa apoiada

Exemplos inspiradores


ANMIGA – Articulação Nacional das Mulheres Indígenas Guerreiras da Ancestralidade

Liderada por figuras como Célia Xakriabá e Sônia Guajajara, já promoveu campanhas de arrecadação para garantir acesso à educação, saúde e segurança para mulheres indígenas em diferentes biomas.


Rede Wayuri (AM)

Coletivo de comunicadoras indígenas que criou uma campanha de doação para garantir a continuidade de seus podcasts e vídeos sobre os povos do Rio Negro.


Coletivo Mulheres do Xingu (MT)

Mobilizou recursos com uma campanha de financiamento coletivo voltada à produção de sementes nativas e alimentos tradicionais durante a pandemia.


Como podemos te apoiar na:


  • Estruturação de campanhas de doação recorrente com segurança e transparência

  • Criação de narrativas que respeitem a voz e a autonomia das mulheres indígenas

  • Escolha de plataformas e estratégias tecnológicas acessíveis

  • Fortalecimento institucional para que a captação amplifique e não apague a luta


Para saber mais



Conclusão

Captação com indivíduos é mais do que uma estratégia financeira — é um ato político de escuta, respeito e compromisso com o futuro.Quando uma mulher indígena fala, ela carrega uma floresta inteira. Que nossas doações sejam como sementes: silenciosas, potentes e comprometidas com o florescer coletivo.


Quer estruturar uma campanha de doação com propósito e respeito?

A Tomato pode caminhar ao seu lado, com escuta, técnica e coerência com a causa.

 
 
 

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